sábado, 24 de outubro de 2015

Os Ritos da Serpente de Fogo





A sacerdotisa como oráculo-vivo nos ritos da Serpente de Fogo



"A mulher é o portal ou Shakty, a potência negativa do Universo, cujo magnetismo atrai para si a energia cósmica, que ela armazena e absorve (como um Cálice Sagrado ou Santo Grall ) para ser direcionadapelo sacerdote para fins gnósticos ou materiais." (Kenneth Grant)

Na Ordem do Lotus Negro (O.L.N) a sacerdotisa atua como uma Avatar de Maha Devi (a Grande Deusa), ou Shakti (a Poderosa) e traz o poder para o Templo enquanto o sacerdote direciona esse poder para propósitos mágicos ou místicos. No rito a alta-sacerdotisa torna-se investida com os poderes de Adi-Shakti (a Deusa Primordial), que é a fonte de tudo, o princípio universal de energia, poder ou criatividade. Ela é a Taça Gloriosa ou Graal que recebe o Poder Elemental da Kundalini ou a Energia do Espírito Santo que se manifesta como sagrado feminino. A sacerdotisa é também um Espelho do Cosmos através da qual reflete as realidades dos Mundos Superiores, transmitindo visões e sons percebidos apenas por ela. 


                            A doutrina da polaridade sexual

Os ritos mágico-sexuais de Alta Magia frequentemente envolvem a união física entre o sacerdote e a sacerdotisa. Em outro momentos essa união física é irrelevante e pode-se invocar os poderes superiores com a simples tensão energética entre os sexos, que por si mesma é o suficiente para abrir um portal dimensional através do qual forças e entidades são atraídas à manifestação. Seja de uma forma ou de outra a base metafísica desses ritos baseiam-se na doutrina ocultista da polaridade sexual - que é de perspectiva tântrica. Essa doutrina nos ensina que quando os dois sexos estão misticamente unidos eles canalizam as forças duais do Universo, que devem ser descritas como positivas e negativas; os pólos dos pares opostos entre os quais se teceu a urdidura do Universo. Uma regra básica da Alta Magia afirma que quando há polaridade de sexos num templo, a sacerdotisa traz o poder para dentro e o sacerdote o dirige. O sacerdote representa a corrente positiva-solar da Vontade e a sacerdotisa a corrente positiva-lunar da Imaginação.  


Quando se produz a união mística entre o masculino (elétrico-positivo) e o feminino (magnético-negativo), o casal abre um Portal espacial para que a força cósmica possa fluir através deles com tremendo poder. A invocação da Kundalini Cósmica nos ritos de Alta Magia tem um duplo objetivo: místico e mágico. Quando místico significa que a energia canalizada é direcionada para fins espirituais ao passo que mágico visa trabalhos de resultados materiais como por exemplo: saúde, prosperidade e potência sexual. Existem muito detalhes sobre a aplicação prática da doutrina da polaridade sexual que foge ao objetivo deste pequeno artigo. Em nossa ordem eles pertencem à esfera do conhecimento secreto, compartilhado apenas por poucos iniciados. A doutrina da polaridade sexual incorpora os Mistérios da Serpente de Fogo " a Kundalini Universal", da qual nosso Logos Solar, é ao mesmo tempo, a alma e o corpo.  


O Fogo Sagrado da Kundalini

Para nós, o Sol é a Kundalini in Excelsis, no qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. A Kundalini, a Serpente de Fogo, é uma projeção da Força Solar de nosso Logos. Ela ficou conhecida como Ruach Há Kodesh nos textos hebreus e também como Espírito de Deus ou Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade Cristã. Para muitos gnósticos (antigos e modernos) o Espírito Santo é de natureza feminina e pode ser personificado como uma Deusa Pagã. No Novo Testamento o Espírito Santo é o Fogo de Pentecostes que desceu para inspirar os discípulos, em Atos 2. A Kundalini, é semelhante à Força Solar ou ao Fogo da Serpente que falam os tântricos. Todos esses são os nomes para o mesmo princípio.

As mulheres desempenham um papel importante nos ritos teúrgicos porque sua polaridade é similar à do mundo angélico e dévico. Nesse sentido, a mulher é considerada o veículo pelo qual Shekinah é trazida ao templo. Atuando como uma Sacerdotisa de Shekinah a mulher transforma-se na incorporação mágica das forças vivas da Natureza e, portanto, uma encarnação (avatar) da Grande Deusa do Universo, como ela deve ser apreciada durante os rituais tântricos. “Isso certamente representa uma alta forma de asceticismo. Significa que a mulher deve ser contemplada como um veículo da influência divina ou praeter-humana.” (Kenneth Grand) 



No microcosmo humano a Kundalini é a energia Ígnea adormecida no chakra fundamental (muladhara) a qual, após o seu despertar, ascende pelo sushumnadi (coluna espinhal) e ativa as zonas de poder (chakras) do corpo humano. 

Se os chakras inferiores estiverem devidamente lacrados a energia ascende e força seu caminho para cima através da coluna espinhal e, desta maneira, a elevação (da kundalini) é marcada por visões e aquisições de poderes latentes até sua culminância no centro do cérebro. 

Na prática visamos fazer subir a Kundalini da Sacerdotisa, concentrada no muladhara-chakra (chakra básico) até o ajna-chakra despertando a terceira visão, tornando-a oracular e divinamente inspirada. A figura da mulher-profetisa pertence a uma longa tradição de sacerdotisas, pitonisas, sibilas e velhas-sábias, dos ritos religiosos pagãos gregos, egípcios, escandinavos e, os vastamente mais antigos, ritos africanos. Neles, as sacerdotisas se comunicavam com espíritos dos mortos, elementais, daemons, e – se fossem Iniciadas de uma alta ordem – com Entidades Cósmicas que são entidades excelsas, Logoi ou Mônadas ligadas a centros planetários, consciências que sustentam a vida manifestada.

Um ser humano que ativa seu psiquismo superior torna-se um médium cósmico, um Tulku: um aparelho orgânico que processa informações dos Planos Ocultos do Universo ou de Inteligências Superiores Não-Físicas. 

Na ascensão da kundalini sobre diferentes níveis de realidade (planos invisíveis) a energia pode também assumir inúmeras manifestações de seres espirituais os quais o sacerdote exercerá seu controle. Ele deve de fato evocá-las e exercer sua autoridade espiritual sobre elas.  Essas forças são uma manifestação da Anima Mundi (Alma do Mundo) a corrente mágika universal que deve ser absorvida ou "aterrada" pelo mago.


Yoga e Teurgia

Na prática da Yoga a energia deve elevar-se através da escala de todas as aparências até o ponto culminante em que o yogue identifica-se com o Uno Transcendental além de toda imaginação. 




Ao contrário do puro misticismo da Yoga na Teurgia o trabalho com a kundalini exige o aterramento da corrente mágicka. Isto significa que o mago tem que atrair as forças do Não-Manifesto à Terra, revivendo o processo o processo divino da Criação, onde ocorre a encarnação do Espírito no Reino de Malkuth (Matéria). Parafraseando Dion Fortune: "Deve haver, em nós, um circuito entre o Céu e a Terra, não basta tirar kundalini da base da espinha, fazendo-a subir, mas também devemos fazer descer a Luz Divina através do Lótus de Mil Pétalas".



A sacerdotisa faz o papel de um portal dimensional onde as energias extraterrestres são atraídas para se manifestarem na Esfera de Malkuth.

Também as memórias mortas e esquecidas de nosso passado antropológico podem ser ressuscitadas no corpo (Ressurgência Atavística) através de certos ritos utilizando o poder da Serpente de Fogo sob alta emotividade.


Gostaria de finalizar esse artigo esclarecendo que um portal oferece entrada para outro espaço dimensional, outro estado de consciência, outra realidade. Os portais existem em todas as formas e em todos os níveis de consciência inclusive no corpo humano. O nome que recebe os portais do corpo humano é chakras. Os chakras - ou portais corporais - abrem e fecham de acordo com o estado emocional ou mental da pessoa. Neste artigo descrevemos a base teórica para a abertura ritualística destes portais/chakras corporais. Os chakras são as conexões com a nossa herança planetária, estelar e galáctica. Eles absorvem e expelem as vibrações ou energia universal (chi, orgone, prana, vrill etc) transmitidas pelas estrelas, planetas e das profundezas da terra. A experiência comprova que combinando alguns dos métodos acima sugeridos os portais do corpo podem ser abertos facilitando a penetração da consciência em dimensões metafísicas e, como resultado, a comunhão voluntária e consciente com inteligências superiores não-humanas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Nossa Filosofia (resumo)





A filosofia da ordem aceita o princípio hermético que o Universo é uma Imagem Mental projetada pela Divindade Suprema que é a mesma Mente Universal da qual, também, fazemos parte. Isso significa que o Universo Físico é a manifestação de uma Forma Pensamento criada por Deus (o Logos Demiurgo), um "Sonho de Brahma" como ensinam os hindus, e que tudo se desvaneceria como um Sonho se a Mente de Deus deixasse de "pensar". Entretanto a ordem aceita que podemos influenciar o Demiurgo e transformar a nós mesmos em "demiurgos criadores de mundos ou universos mágicos".

A ordem ensina que para o Homem "escapar" ou libertar-se desse Universo Material ele precisa obter um tipo de CONHECIMENTO (Gnose) que leve a um grau de controle sobre a sua vida e destino. Isso deve acontecer antes que o Homem deixe para trás o ciclo das encarnações sucessivas (Roda do Sansara) e "retorne" a Fonte de toda Luz, o Vazio (Sunya) do TAO último, a realidade última. Quando isso acontece em sua plenitude o Homem transforma-se em um representante da Hierarquia Oculta da Terra, um Nirmanakaya.


Os 13 axiomas

1. O universo que nos rodeia é, em sua maior parte, desconhecido para todos nós. Existe um universo oculto, mágico, psíquico e místico que não é perceptível aos cinco sentidos (tato, olfato, paladar, etc.), e cuja exploração e conhecimento devem ser a meta de todo iniciado. O não-iniciado não pode perceber este mundo sutil e está acostumado a pensar que o cosmos é, exclusivamente, o que percebe com seus sentidos objetivos.

2. Existem mundos luminosos, maravilhosos, conhecidos entre nós, em sua totalidade, como PLEROMA. Nós acreditamos que todas as coisas estão contidas no Pleroma ou Absoluto (a realidade última), que contêm todos os mundos e dimensões possíveis. O Absoluto é a fonte de toda a criação (da multiplicidade), além da dualidade luz e trevas, masculino-feminino.

3. O universo é composto de quatro planos: Plano Físico, Plano Astral, Plano Mental e Plano Divino. Eles correspondem no microcosmo humano a três corpos: o Corpo Físico, Corpo Astral (Mediador Plástico ou Alma Animal) e Corpo Mental (Alma Espiritual). O Espírito (Mônada, a Centelha Divina) jamais encarna, ele permanece no Plano Divino e projeta uma emanação de si-mesmo para encarnar na matéria. Antes de sua encarnação física o Espírito perpassa todos os planos e traz em sua essência a lembrança de todos eles.

4. Tudo o que ocorre dentro dos quatro mundos (físico, astral, mental e divino) serão, no final, reintegrados dentro do Absoluto. Também acreditamos que todas as coisas físicas são originárias do Absoluto e descem para se manifestar no plano físico da existência.

5. Afirmamos a existência da ENTIDADE que é a Essência fundamental de um Ser ou princípio que garante sua coesão e seu sentimento de existir.  Nosso Eu psicológico forma uma entidade mas nosso corpo energético (vital), a nossa sombra (ka) e nosso Ser Luminoso ou divina fonte (Atma), que assume a forma do Santo Anjo da Guarda, também. Além disso, existem entidades humanas desencarnadas (cascões, almas ou personalidades sem corpo etc) e entidades não-humanas como os seres elementais que vivem na Natureza sob forma invisível. Fala-se também de entidades coletivas (egrégores) formadas pela vibração mental tanto de seres encarnados como dos desencarnados.

6. Existem Hierarquias Espirituais Superiores (Seres Angélicos, Bodhisatvas, Nirmanakayas etc) muito acima dos homens, assim como também Hierarquias Espirituais Inferiores. O iniciado deve construir sua ponte de antakarana e entrar em sintonia com os Seres de Alta Hierarquia Espiritual, para depois exercer domínio e dirigir as Hierarquias Inferiores em proveito de seus objetivos. 

7.  O iniciado pode entrar em comunicação com muitos servidores (ou espíritos), para ajudá-lo em sua Magia e progresso espiritual. Estes servidores pertencem a hierarquia de seres menores da natureza ( inferiores ao homem) e são chamados de gênios ou shedins com quem trabalhamos e devem ser tratados com respeito. Isto significa que não devemos forçá-los a trabalhar conosco contra a sua vontade). Os espíritos shedins não são nem "bons" nem "maus", mas sim contêm as sementes de ambos.

8. Os Malakins e Shedins (anjos e daemons) são arquétipos Logoidais e estão em continuum com o subconsciente coletivo da humanidade, ajudando em nossa sintonia com o Pleroma ou Mente Universal. Entretanto enquanto o Anjo é uma entidade que orienta e instrui, um daemon é uma entidade que testa o homem e desafia-o. Ambas as qualidades são necessárias para o crescimento espiritual, e um mago-ocultista não só deve crescer com os sábios ensinamentos adquiridos através de contatos com o plano espiritual, mas ele deve também atender a todos os desafios, superá-los e finalmente atingir o domínio da vida.

9. Um iniciado não deve associar a busca espiritual somente as esferas celestiais, a um esforço em direção a luz. Este pensamento apenas reflete a influencia de religiões exclusivamente monoteístas como o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo. Nestas religiões o mundo divino existe em algum lugar em um céu distante e Deus é um masculino deus do céu de luz. Entretanto nas antigas tradições pagãs o divino também pode ser encontrado na terra e dentro dela, no submundo. Ali não existe apenas um deus macho, mas também poderosas deusas. Um verdadeiro Adepto procura não apenas a luz mas também penetra na escuridão em sua busca espiritual. O céu noturno com todas suas estrelas foi tão importante quanto o céu diurno. O submundo é tão importante de ser visitado quanto às esferas celestes.

10. A obra maior do Adeptado é a reintegração do submúltiplo humano no Self integrado e coeso. Em seguida é a abertura desse Self para a experiência da dissolução na Mente Una ou Percepção Unificada. Chamamos de submúltiplo humano os diferentes aspectos que constituem o Ser ( ego, sombra, corpo energético, astral, mental etc). Chamamos de Reintegrado aquele que pode, sempre que desejar, dominar inteiramente seu Eu exterior ou Personalidade, para abstrair-se em espírito, e mergulhar nas profundezas do Eu interior  que está presente em todos os Seres e que participa da realidade da Mente Universal. É através de sua imersão na Mente Universal (Pleroma) que o Adepto retoma consciência dos Arquétipos Fundamentais, que estão na base da Alma do Mundo ou Natureza Eterna.

11. Todas as coisas estão conectadas na Matriz Astral (Alaya) através da multiplicidade e da interdependência entre os seres e que o mundo exterior e suas forças dinâmicas não existem independentes ou separados da mente. O mundo exterior e o mundo interior são dois lados de um mesmo todo, no qual os fios de todas as forças e de todos os eventos, de todas as formas de consciência e de seus objetos, estão entrelaçados numa rede inseparável (Wird) sem fim de relações mutuamente condicionadas.

12.  O Adepto é uma potência conversível, um elo consciente da Terra com o Céu; um ser que pode permanecer à vontade na Terra, desfrutar de suas vantagens e colher seus frutos, ou subir ao Céu, identificar-se com a Natureza Divina e beber a largos goles a ambrósia celeste.

13. O Universo oculto que nos rodeia é uma projeção da consciência iniciática dos Mestres e dos Deuses, que atuam como instrumentos da Divindade Suprema. Por isso, nossa doutrina iniciática é a mesma que é ensinada pelos Veneráveis Mestres do Passado, que atuam a serviço da Divindade. Esta mesma doutrina é que está sendo transmite aos nossos membros que, inspirados para realizarem sua Grande Obra, buscaram afiliação à nossa Augusta Ordem. Declaramos a Lei Universal:

O QUE ESTÁ FORA DE NÓS É COMO O QUE ESTÁ DENTRO, E O QUE ESTÁ DENTRO DE NÓS É COMO O QUE ESTÁ FORA.

A chave para entender as Leis Divinas é a exploração de nosso próprio ser e nisto repousa a chave do domínio da vida, da maestria pessoal, da felicidade perfeita.

HARI OM TAT SAT
Conclusões Finais

Todos temos o direito de usar magia para melhorar nossas vidas diárias, (prosperidade, sucesso, proteção etc) entretanto devemos sempre nos lembrar que o objetivo final da Alta Magia é descobrir nosso Eu Real que é reflexo do Supremo, o Sol Divino.   O Eu Real é análogo ao Sol que brilha perpetuamente no Céu, vejamo-lo ou não. Ele é simbolizado pelo deus egípcio Hórus que representa o princípio imortal do homem, uma encarnação de Rá, o Sol Divino. Porque perceber a verdadeira natureza de si mesmo, que é inseparável da natureza do Sol Divino à Meia-Noite, significa iluminar também o mundo em que se vive, uma iluminação que o torna um reino mágico e Celestial.  O nosso Eu Real é nosso Deus Oculto, nosso gênio pessoal e raiz de toda iluminação.

Nenhuma experiência é exclusivamente "boa" ou "ruim". A dor é tão válida como o prazer que experimentamos. Segundo a doutrina dos gnósticos esses dois princípios Luz e Sombra; o Bem e o Mal são virtualmente Um e existem por toda a eternidade e continuarão sempre existindo enquanto houver mundos manifestados. 

Termos de moralidade e ética são de determinadas pela cultura em que vivemos e, portanto, extremamente maleáveis. O bem e o mal são termos relevantes, por preferimos pensar em termos individuais de "positivo" e "negativo" ( o que pode ser bom para mim pode ser ruim para você, e vice-versa). No grande esquema das coisas, nem a moralidade ou a imoralidade tem qualquer significado real. Em geral os primeiros estágios de iniciação são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de nossas inclinações morais e preferências pessoais a favor de uma nova ética, baseada na Amoralidade do Humano Superior.

Conseqüentemente quanto mais buscar novas experiências e ir além das inclinações condicionantes reguladas pela sociedade, maior é realização espiritual. Não devemos ir contra nossa natureza essencial e evitar novas experiências em cega obediência às restrições sociais. O único pecado é a restrição, o único pecado é negar a nós mesmos, é reprimir a nossa natureza essencial. Não existe virtude inerente a falsa moralidade da sociedade entretanto, porque vivemos em sociedade, se alguém opta por viver fora de seus códigos morais, ela deve estar pronta e disposta a assumir a responsabilidade por suas ações. Acreditamos no pensamento livre, que todos nós somos entidades individuais e que a entidade sobreviva (com sua consciência)  e responda por seus atos mesmo depois da morte física. Assim é preciso aprender a pensar por si mesmo, pesquisar, perguntar a seu Eu Superior, teu gênio pessoal, em seguida, decidir por si mesmo.

Obs: Em nossa tradição de Alta Magia a criação do Corpo de Luz implica também na união alquímica de Ka e Ba, a alma da escuridão e a alma da luz, representado pelos gêmeos espirituais Seth e Hórus respectivamente. Na Kabalah é Nephesh e Ruach (alma animal e alma espiritual). Os antigos egípcios afirmavam que a unificação dos dois venceria a morte, tornando o Adepto imortal, a quem nós interpretamos como sendo um iluminado.

Shedins são espíritos da Natureza às vezes chamados  de “demônio” . Esse termo passou a significar uma palavra malévola, inclinada à destruição ou, no mínimo, ao molestamento da humanidade. Mas a palavra vem do grego daemon, que significava qualquer espírito, bom ou mau, e alguns dos celebrados manuais de demonologia tratam de espíritos bons e maus igualmente. Essa energia ou força espiritual ocupava uma posição intermediária na hierarquia sobrenatural; posição esta, às vezes, um pouco parecida com a de um Deus menor e considerada capaz de interferir em todo aspecto da atividade humana, se assim quisesse ou fosse impelida (ou convidada) a fazer.