sábado, 5 de dezembro de 2015

A Força Vrill e a Kundalini Terrestre


















O sistema de Alta Magia  do Lótus Negro inclui a instrução nos fundamentos teóricos e práticos da Força Vrill  que são os fluxos de energia telúrica que circulam constantemente pela superfície da Terra. O Vrill era conhecido pelos povos antigos sob muitos outros nomes tais como Orenda, Prana, Força Ódica, Orgone, Luz Astral etc. 

 Magia Atlante do Vrill

Existem grandes correntes etéricas circulando constantemente pela superfície da Terra de pólo a pólo.  Essa energia é de natureza eminentemente negativa ou telúrica e ficou conhecida pelo nome de Vrill. Sendo a Terra um organismo vivo Ela emana essas energias que partem do centro do planeta e sobem à superfície terrestre afetando todos os seres vivos. Segundo estudiosos da linha espiritualista a tecnologia do Vrill remonta aos tempos do continente desaparecido da Atlântida. O controle pleno do Vrill aparentemente oferecia inúmeras capacidades insuspeitas aos atlantes tais como curar ou ferir pessoas, elevar objetos de grande peso e mesmo ascensão as dimensões superiores de consciência cósmica. 




 execução de rituais apropriados, em momentos astrológicos certos, permite o controle ocultista dessa energia universal e libera poderes obedientes à vontade dos oficiantes. Esse controle inclui o direcionamento da vontade mágica através das linhas geomânticas para fins diversos. A experiência comprova que o controle da energia etérico-telúrica (via sistema de linhas geomânticas), pode verdadeiramente ser usada para abrir portais interdimensionais, purificar, curar, rejuvenescer, exercer controle psíquico etc. 

A fonte ou epicentro das correntes telúricas que animam a vida em nosso planeta, denominados pelos chineses de "as Veias do Dragão", derivam do centro da Terra. De fato, a aplicação correta dos princípios do Vrill inclui os ritos secretos da Serpente de Fogo nesta Terra conhecida como Kundalini Terrestre.  

Nossa tradição ocultista ensina que a energia da Kundalini, o Fogo Sagrado, é uma energia cósmica, ela vem do Sol Oculto (Logos Solar) e penetra nas profundezas  Terra.  

A  Kundalini Terrestre ascende a superfície do globo sendo distribuída através de uma rede de linhas geomânticas que conduzem a energia telúrica - o Vrill - por todo o globo. Ou seja: embora a Kundalini seja um fenômeno essencialmente terrestre sua origem é estelar, ela provêm do Sol e além dele da Estrela Azul de Sírius, da constelação de Canis Major.  Sírius é o Grande Sol Central que as antigas Escolas de Mistérios consideram como "o Sol por trás do Sol" e, portanto, a verdadeira fonte da potência do nosso Sol.  Por sua vez nosso Sol é apenas um veículo para a Grande Entidade ou Ser Angélico que preside nosso Universo Local conhecido como Logos Solar, o Sol Espiritual. 


Ou seja, o nosso orbe terrestre está subordinado diretamente ao  Logos do Sol ou Espírito Supremo que comanda o astro-chefe de nosso Sistema Solar  e que se integra ao Logos da Terra. Em algumas tradições ocultistas de influência tibetana o Logos da Terra é conhecido como Changan, o Rei do Mundo.  Na tradição judaico-cristã  tem o nome de Melchizedek.  Assim a Kundalini do Sol se conecta com a Kundalini da Terra que é a fonte do Vrill, uma energia telúrica que vem num movimento de subida, do centro do Planeta.  Para nós da O.L.N a Força ou Energia Vrill está diretamente ligada a Vontade do Buda Changam-Melchizedek que é o regente supremo da vida evolutiva e involutiva de nosso planeta Terra, o Guardião da Anima-Mundi. Ele é o Gênio da Terra, o Deus da Terra. Esse Ser já foi visto e contatado inúmeras vezes na Àsia, especialmente na Ìndia e no Tibet, mas também em outras paragens, como nos templos sagrados de Angkor-Vat no Camboja.  

O Sol age como um Portal para a Kundalini Cósmica que por sua vez desce através dos planos e  assenta em seu lócus terrestre no centro de Shambala (segundo as lendas morada do Rei do Mundo) como Monte Meru, o "eixo do mundo".  No microcosmo humano esse eixo central é a espinha dorsal. Como o sushumna está no corpo humano, assim Meru está no corpo da Terra; seu merudanda ou suporte axial, seu caminho central de shakti-kundalini. Isso significa que  do mesmo modo que o caminho central sushumna, percorre a medula espinhal humana desde o chakra raiz até o plexo supremo localizado no topo da cabeça, assim Meru (a Montanha Sagrada) representa o canal central chamado Brahma Nadi que transporta pelo sushumna da Terra (GAIA) sua grande corrente de energia vital. Os antigos xamãs altaicos sabiam muito bem que a kundalini está no topo de energia da Terra do mesmo modo que está em seus chakras, e ele usa o princípio da correspondência para criar, em estado de transe, um vórtice de Kundalini Terrestre que o ponha em contato com o cosmos.

O Reino do Umbra Astral

A Kundalini  é o Fogo Vitalizante que, advinda do Coração do Sol, encontra  sua morada no centro da Terra. 
A Kundalini está presente na humanidade assim como no planeta como um todo. Ela flui nos reinos mineral, vegetal, animal e humano em graus ascendentes de vitalidade.  Onde houver vida, haverá Kundalini mais ou menos desperta e despertando. Entretanto o direcionamento e a manipulação consciente de seu poder é um outro assunto totalmente diferente. O mago-ocultista que pretende percorrer o difícil caminho de controle, captura e canalização da Kundalini Terrestre, ou da Energia Vrill que a tudo permeia, precisa elevar sua consciência acima do Umbra que é o corpo astral  que envolve a Terra.  O  Plano Astral é o plano de ingresso e controle aos sub-planos etéricos da Matéria que o nível onde opera o Vrill.  Assim, quando obtemos o direito de entrada na dimensão astral também ganhamos o direito de acesso ao grande reservatório de energia telúrica dos sub-planos etéricos, que são o plano  de causação para nosso Mundo. 




Os magos antigos sabiam que existem entidades conhecidas como Elementais (Shedim) que deslizam nos fluxos etéricos das correntes astrais inferiores ou seja: pelas "veias do Dragão". Podemos entrar em contato com esses seres do mundo sublunar e colocá-los nosso serviço. O valor desses contatos, porém, depende do grau de moralidade do mago. 

Em outras operações da Magia Atlante do Vrill trabalhamos diretamente com a corrente lunar. Essa corrente envolve o aspecto mais denso do plano astral e de algumas entidades astrais chamadas "Kamarajas", também conhecidas como "Reis do Astral". Os Kamarajas nunca tiveram encarnação humana e são entidades que atuam nos sete subplanos desse mundo, tendo um completo domínio e conhecimento dos seres que ali existem. 


No contexto de nossa ordem esse tipo de operação magística é do tipo mais interno (secreto) pois inclui o contato com esses Seres que atuam como veículos condutores do Vrill Oculto. Os nomes dos doze Kamarajas e seus mantras (vibração sonora), Yantras (assinaturas) e Tattvas (elementos e cores) constituem assunto altamente secreto dentro do Santuário da Gnosis da O.L.N. 


Por outro lado,  somente invocando a Mãe Kundalini, a Mãe do Mundo, o iniciado consegue passar de um nível de consciência para outro e ascender acima do turbilhão astral. Nós chamamos esse processo de "Cavalgar o Dragão" o que significa convocar o Dragão Astral e torná-lo inofensivo e obrigá-lo a servi-lo. O iniciado então domina os 05 Elementos do Pentagrama Gnóstico ou estrela de 5 pontas ,que expressa o domínio do Espírito sobre os Elementos da Natureza. 



O Akasha, a Anima Mundi ou Mãe do Cosmos é uma das forças mais difíceis de entender e controlar pois é a face feminina do Demiurgo tornado visível; a emanação divina mais próxima ao plano material (Assiah). 


Se for bem sucedido nessa empreitada o iniciado pode, inclusive, "inverter o Pentagrama" e utilizar-se da energia telúrica que ele representa. 




Na alta iniciação, a Esfinge egípcia, formando uma só unidade em quatro partes, representa a Mãe do Mundo, a Luz Astral Bruta e suas propriedades. Ela (a esfinge) simboliza as quatro formas elementares da substância astral em sua unidade:

FOGO, ÁGUA, TERRA, AR

O Fogo, pelas garras do Leão.

A Água, pelos seios da Mulher.

A Terra, pelos flancos do Touro.

O Ar, pelas asas da Águia.

O Espírito (o Éter, o  Quinto Elemento) não aparece na imagem. Com efeito, todos ocultistas dignos desse nome sabem que o Espírito não pode agir diretamente sobre a matéria. Ele opera por meio da mente, e a mente por meio do Akasha, da Luz Astral, o veículo das forças elementais/telúricas do Vrill. 



Obs:  Ordem do Lótus Negro (O.L.N) ensina que o Universo é formado por múltiplas dimensões não registradas pelos sentidos. Além das fronteiras do mundo material em que conhecemos existe um campo vivo de energia universal que contêm infinitos mundos etéreos e fluídicos, totalmente invisíveis a visão humana. Esses mundos invisíveis não estão separados uns dos outros, mas estão todos mergulhados num mesmo lugar: o Reino da Umbra, o Campo Astral que envolve a Terra. Assim todos os mundos ou esferas hiperfísicas existem também na quarta dimensão do espaço que envolve a Terra, como as camadas de uma cebola envolvem seu centro, o que inclui também os mundos astrais do pós-morte que os tibetanos chamam de bardo. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O que é Magia Cerimonial ?

                                                                             


O que é Magia Cerimonial?

Segundo Charles Barlet, "A Magia Cerimonial é uma operação através da qual o Homem busca forçar, pelo próprio jogo das Forças Naturais, as potências Invisíveis de diversas ordens a agirem conforme o que ele requer Delas. A esse efeito, ele as surpreende, as agarra, por assim dizer, projetando [pelo efeito das "correspondências" analógicas que supõe a Unidade da Criação], Forças das quais ele mesmo não é senhor, mas as quais ele pode abrir caminhos extraordinários, no próprio seio da Natureza. " [Charles Barlet: A Iniciação, n° de janeiro de 1897]. 
A Magia Cerimonial abrange vários sistemas mágicos entre eles a Magia Talismânica, Salomônica, Enochiana, Greco-Egípcia etc. O Ritual vem a ser a parte falada do cerimonial, onde se incluem todas as invocações, evocações, conjuros, preces e orações proferidas pelo mago e/ou magista.
Na Magia Cerimonial, as hierarquias de “Poder”, têm que estar bem definidas, orquestradas, paramentadas, documentadas e praticadas. Os materiais ritualísticos atuam, mas só tem validade se corresponderem ao estado íntimo adquirido. Assim, cada instrumento exterior (seja o bastão, a espada, o Tetragramaton, o Pentagrama e outros) torna-se um meio de catalização dos espíritos e forças invocadas.
Em geral magos cerimoniais trabalham com energia interna (Ki) combinada com a energia de diversas entidades não-humanas (deuses, anjos, gênios etc) para realizar suas operações mágicas.  O magista (termo usado para ambos os sexos) domina e ordena as entidades de diversas hierarquias e para tal tem que ter controle tanto interno como externo. Algumas vezes uma forma de energia espiritual mais geral (planetária, elemental ou zodiacal) pode ser usada para criar “elementais” artificiais, consagrar talismãs e amuletos, lançar feitiços etc. Outras vezes ele precisa pedir ajuda a um arcanjo ou mesmo evocar um daemon (vulgarmente chamado de demônio) para fazer sua magia. 
Muitas vezes são utilizados nomes e atributos de Deus (ou deuses) sob a forma de "Nomes Bárbaros de Invocação e Evocação" que formam as palavras de conjuração,  em geral uma mistura do latim, hebraico, grego e gnósticos.

Atualmente a Magia Cerimonial se refere a muitas tradições diferentes, mas a maioria é geralmente baseado na Kabala, Herméticos, Rosacruzes, Alquimia ou no trabalho de várias facções da Golden Dawn, que usa todas elas. Thelema, a tradição de Aleister Crowley, está agrupada com a Magia Cerimonial. A Magia Cerimonial é também chamada de Alta Magia. 

A História da Magia Cerimonial é complexa devido a quantidade de influências que ela recebeu ao longo de sua existência. Neste artigo iremos analisar a evolução da Magia Cerimonial desde a Antiguidade Oriental passando pela Idade Média e Renascença e alcançando os dias atuais.


Século XIX 


                        

Em seu livro “As Ciências Ocultas” Arthur Edward Waite admitia que as técnicas de Magia Cerimonial deviam “ter hoje (1891) efeito tão forte quanto em qualquer período da Antigüidade. (...) Ora, o valor real e demonstrável do cerimonial da magia tem dois aspectos. Produzia no operador uma exaltação que desenvolvia as faculdades latentes de seu ser interior; e as condições ambientais necessárias para o sucesso de todo tipo de experiência mágica eram produzidas por (...) um apelo aos sentidos, exercido por um ritual exuberante e irresistível (...), seus perfumes e incensos.”

Para Arthur Waite, o princípio fundamental para a comunicação com várias classes de inteligências transcendentais ( tais como anjos, espíritos elementares, demônios etc) “...residia no exercício de certa força oculta existente no mago e intensamente exercida para o estabelecimento daquela correspondência entre os dois planos da natureza capaz de efetuar o propósito almejado. A síntese desses métodos e processos tinha o nome de Magia Cerimonial e constituía, de fato, uma tremenda válvula multiplicadora das faculdades latentes da natureza espiritual do homem.”


Entretanto o renascimento da Magia Cerimonial teve início quase cem anos antes de Waite escrever o livro acima. Em 1801 o inglês Francis Barret publicou sua obra literária única: “O Mago, ou Inteligência Celestial". O Mago era uma compilação da magia dos grimórios e dos magos filósofos medievais. Grande parte do material recolhido por Barret provém realmente de manuais ocultistas mais antigos, como ele sugere no prefácio: 

"Reunimos nessa obra a sabedoria dos magos mais famosos, como Zoroastro, Hermes, Apolônio, Simon do templo, Trithemius, Agripa, Dee, Paracelso, Roger Bacon e muitos outros.." 


Na verdade, a maioria do material vinha do livro de Agripa "Três Livros de Filosofia Oculta" e do Heptameron de Pietro d`Abano.


O revivalismo ocultista iniciado por Barret continuou por todo o século XIX através da linhagem dos ocultistas franceses que tiveram como expoentes principais: Eliphas Levi, Papus (Dr. Gerard Encausse), Stanislas de Guaita, Joséphin Peladan e Saint-Yves D’Alveydre. Integrados entre si por identidades doutrinárias ou por vínculos de mestre e discípulo, esses autores propõem uma visão eticamente orientada, enfatizando a importância do Mago alinhar-se com as Forças da Luz.


Antiguidade Clássica



A Teurgia Neoplatônica foi a raiz da Alta Magia ocidental moderna.

A Teurgia surgiu através de Jâmblico de Chalcis (250 – 330 d.C) místico e filósofo neoplatônico do século IV da nossa era. A palavra: “Teurgia”, significa “Ação dos Deuses” ou ainda “Serviço Divino” sendo considerada um tipo mais elevado de Magia, realizada num contexto espiritualista por filósofos e sacerdotes.


A Teurgia grega, ou Magia dos Deuses, era originalmente egípcia. Isto não surpreende visto os rituais de mistérios desenvolvidos no Egito influenciaram de maneira determinante praticamente todas as escolas de magia e ocultismo que se desenvolveram posteriormente no Ocidente.


A Filosofia Hermética formava a base teórica que fundamentava as práticas teúrgicas entre os neoplatônicos. Esta filosofia fundamentava-se num tipo de gnose emanacionista que buscava elevar o iniciado as alturas do Uno Transcendental pela escada da Natureza. Nessa ascensão as esferas celestiais o iniciado travava comunicação com aqueles poderes espirituais denominados “deuses”. 

Os caminhos de busca do Mago, deixados pela Hermética, são: alcançar o limiar do Espírito para ser onipotente e conquistar o conhecimento (gnose) da Mente Cósmica; e conseqüentemente, entender a natureza do Universo.


A Teurgia tinha plena aceitação entre os filósofos pagãos, que a consideravam uma barreira contra o avanço irresistível do cristianismo e como algo situado por cima da filosofia clássica, dado que permitia o acesso direto aos deuses. Segundo o neoplatônico Jâmblico " não é o pensamento que liga o teurgo aos deuses...a união teúrgica (com a Divindade) se alcança unicamente pela eficácia de atos inefáveis realizados de modo correto."

Por ser considerada considerada uma espécie de concorrente mística ao Cristianismo a Teurgia foi muito perseguida pelas autoridades  eclesiásticas e, por isso, seus praticantes tiveram seu número reduzido. Embora não se tenha sobrevivido registros nós acreditamos alguns teurgistas passaram a formar grupos secretos e continuaram praticando sua arte em silêncio.


Idade Média


                                                                                  

Desde o Império Romano até a Reforma, a magia ritual e cerimonial estava totalmente entrelaçada com a religião predominante na época. Quando o cristianismo alcançou o poder com o imperador Constantino, a Magia assumiu rapidamente a natureza cristã. Muitas cerimônias de magia bastante usadas, algumas tão antigas, provindo da época da Babilônia, assumiram a nova roupagem teológica da religião cristã. As práticas religiosas cristãs impuseram, aos antigos círculos mágicos babilônicos, os nomes dos quatro anjos judaicos dos pontos cardeais. Elas também substituíram os nomes das divindades do panteão babilônico pelos nomes dados pelo panteão romano às forças planetárias, e os nomes das divindades hebraicas do Antigo Testamento pelos nomes dos atributos do Deus Criador.

A regra era a cristianização dos ritos e das fórmulas mágicas. Os apelos divinos eram feitos em nome de Jesus Cristo, e as alusões ao Novo Testamento eram comuns. Nomes hebraicos de poder, como Agla e Tetragrammaton, foram substituídos por frases cristãs e assim por diante.

Muitos dos ritos da Chave de Salomão, por exemplo, foram “cristianizados” – quase seguramente pelas mãos dos padres – para dar a impressão que resultados taumatúrgicos podem ser conseguidos através deles com adições cristãs. 

De modo geral, os encantamentos e as técnicas de preparação do mago e do material eram centrados em orações nas quais são exaustivamente repetidos muitos nomes hebraicos e gregos de Deus, de anjos e demônios, além de fórmulas mágicas em latim ou hebraico mais ou menos distorcidas.

Surgimento da Alta Magia

A Magia Cerimonial evoluiu e modificou-se e já a partir do final do século dezenove buscou-se reviver novamente os elementos teúrgicos do êxtase, que são a chave para o conhecimento Divino ou gnose. Assim é que as mudanças promovidas por Eliphas Levi, Mathers, Westcott e seus sucessores da Golden Dawn era a de mesclar as tradições mágicas anteriores com uma mística união com o Divino, mergulhando-as no espírito de otimismo e fé no progresso humano que caracterizava o século XIX. Foi a esta mistura que Eliphas Levi, com sua genial capacidade de criar rótulos úteis, inventou o termo haute magie, Alta Magia. 

Após Eliphas Levi a Alta Magia sofreu transformações e passou a combinar aspectos do misticismo judaico-cristão com as antigas Tradições de Mistérios da Grécia, Egito e Mesopotâmia. Os principais agentes dessa mudança foram a Ordem Hermética da Golden Dawn e seu mais conhecido membro Aleister Crowley.  A primeira mudança veio em relação às entidades as quais se dirigiam. Embora mantivessem as hostes judaico-cristãs, a Golden Dawn também se dirigia a deuses do panteão egípcio e greco-romano, sempre trajando túnicas e adornos sugestivos das deidades invocadas. Depois que Crowley seguiu por conta própria, continuou a dirigir-se aos antigos deuses. Mais adiante, ele negou a existência de um poderoso Ente Supremo no topo da hierarquia universal. Proclamou que o objetivo do Mago era "alcançar o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião", satisfação da "verdadeira vontade", e a realização da própria divindade. Apesar de alguns magos terem sido influenciados pela própria obra de Carl Jung, que considerava todos os deuses como imagens arquetípicas projetados por um inconsciente coletivo, e por filosofia orientais, outros entendem os deuses como seres reais ou personalidades incorpóreas onipresentes, intimamente ligadas com sua cultura de origem e com a essência universal de onde vieram.

Existe pouca dúvida de que Crowley acreditasse que o Sagrado Anjo Guardião fosse uma entidade externa à própria pessoa, uma das inúmeras inteligências operando de outras dimensões da existência. Para Crowley, a realização da divindade do mago não significa sua absorção no absoluto, significava a realização de sua linha de evolução individual. Na verdade essa realização é um processo gradativo de iluminação da consciência humana rumo a Consciência Cósmica.

Entretanto, e por melhor que tenham sido as intenções dos magos modernos, algo se perdeu durante todo esse processo de renovação da Alta Magia. O que Levi e os ocultistas do século XIX tencionavam fazer era liberar as habilidades mentais e espirituais latentes dos seres humanos através do uso da Magia Cerimonial Tradicional. Era uma forma de terapia destinada a permitir que os seres humanos evoluíssem até se tornarem deidades, ou até manifestar o divino que já existia neles. Entretanto o objetivo maior dos magos cerimoniais da Idade Média e Renascença não era somente espiritual. Eles também visavam obter o domínio sobre os espíritos do Mundo Inferior para obrigá-los a realizar seus desejos no mundo material. 

Já próximo ao final da Idade Média os magos cerimoniais eram estudiosos de mapas astrais e alquimia, praticantes de geomancia oracular, de kabbalah angélica, de magia talismânica, e de cristalomancia ritual, geralmente dentro de uma visão trinitária cristã. Embora influenciados pelo manto teológico do catolicismo a orientação dos magos medievais e renascentistas era pragmática. No estilo da antiga magia egípcia, eles buscavam baixar a metafísica ao nível físico, e realizar ritos destinados a compelir forças sobrenaturais, quaisquer que sejam, a realizar suas ordens.

Com o surgimento das ordens iniciáticas modernas o foco mudou e a ênfase em resultados no mundo físico deu lugar ao autoconhecimento e a busca do transcendental. Não que os magos antigos não se interessavam por evolução espiritual. Eles também ansiavam por gnose (conhecimento) mas a orientação, e a motivação, eram diferentes. Enquanto os magos da Goldem Dawn e outras organizações ocultistas modernas buscavam uma espécie de ascensão espiritual cuja competência mágica era medida através de graus iniciáticos de avaliação subjetiva, os magos antigos visavam sempre precipitar mudanças no plano físico. 

Mas mesmo que o objetivo maior da Teurgia Medieval tenha sido realizar atos taumatúrgicos uma mudança na realidade aparente deve ser sempre precedida por uma mudança psicológica, na estrutura mesmo da personalidade do mago. O divino, o supra-natural deve agir através do mago utilizando-o como um canal de manifestação para que as forças “desçam” sobre os planos e “milagres” aconteçam.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Culto do Lotus Negro


"Assim Lúcifer - o espírito da Iluminação Intelectual e da Liberdade do Pensamento - é metaforicamente o farol guia que ajuda o homem a encontrar seu caminho através das rochas e bancos de areia da Vida, já que Lúcifer é o Logos em sua plenitude." Helena Blavatsky, HP - A Doutrina Secreta, v. II, p. 162







O Culto do Lotus Negro é um tipo de prática cúltica mágico-religiosa cujas raízes espirituais remontam aos magos illuminati de linhagem francesa.  O culto é uma forma de nigromancia, do grego "nigro" que significa "negro" e de "mancia" que designa uma prática adivinhatória ou ciência oculta. Neste artigo descrevo os fundamentos metafísicos do culto.

Quem é Lúcifer ?

Em seu sentido etimológico a palavra Lúcifer significa porta-luz ou portador da luz. No universo físico, os livros sacros identificam Lúcifer como Vênus, a Estrela Matutina, o prenúncio do Sol. No mundo metafísico Lúcifer é a inteligência, como precursora do Logos ou seja:  a Luz, o Verbo: “No princípio era o Verbo...” ( a Luz, o Logos).

Para além dos simbolismos podemos entender que Lúcifer representa a vida, pensamento, progresso, liberdade, independência. Lúcifer é o Logos, a Serpente da Gnose, o Salvador dentro do Homem.  Ele ensina a humanidade adormecida os meios hábeis necessários para imortalizar o Self tornando o iniciado humano muito mais que humano ao avançar espiritualmente para o estado de Auto-deificação, transformando-se em um Asar-Un-Nepher (“Eu mesmo feito Perfeito"). 

Lúcifer é o Primogênito da criação, o Portador da Luz Divina que desce a Terra como uma energia solar fálica. Lúcifer antes da queda era “ o Anjo da Coroa”  (ou seja:  Kether, a primeira Sephira da Árvore da Vida).  Parece que esse simbolismo explica a lenda da Pedra do Santo Graal que teria sido talhada pelos anjos numa esmeralda caída da fronte de Lúcifer quando de sua queda.

Lúcifer teria nascido na Aurora da Criação ou Maha-Manvantara, como uma estrela brilhante que surge do Caos Primal, ele é, portanto, o  filho primogênito de Tiamat, o Dragão Fêmea do Caos.



Nós também acreditamos que Satã é a oitava inferior de Lúcifer, sua sombra terrestre, sendo o verdadeiro regente deste mundo, e realmente um Rei deste mundo. Por sua vez Lúcifer é, ao mesmo tempo, a Luz Divina e Terrestre, o Espírito Santo, o Dragão Vermelho, o Portador da Luz que está em nós.

Como primogênito da Criação, Lúcifer é o Logos Spermátikos, isto é a energia criativa, a face dracônica da Kundalini , ou o “poder ígneo” que dá vida a todas as coisas e tudo produz. Lúcifer nunca caiu, ele desceu aos planos inferiores da criação e deu origem à lenda dos Guardiões ou Nephilim, os anjos caídos do pseudo-epigráfico livro de Enoch.

A Mãe Dragão e Lúcifer

Em todas as Cosmogonias antigas a Luz vem da Obscuridade. No Egito, como em todas as nações, a escuridão foi o Princípio de todas as coisas. Daí que o Pensamento Divino saia como a Luz das Trevas. O próprio cosmos nasce da escuridão do caos; as estrelas nascem da escuridão infinita do espaço cósmico e os seres humanos nascem da escuridão do útero de suas mães, e retornam um dia para as trevas de seus túmulos.


Na Alquimia o Negrume ou Nigredo é um estado inicial, sempre presente no início como uma qualidade da Matéria Prima, do Caos ou da Massa Confusa. O conjunto da realidade, incluindo a Humanidade, é criada a partir dessa Matéria Prima não-física (a primeira matéria), o elemento mágico universal, que assume a forma dos elementos terra, fogo, ar e água. Como poeticamente expresso numa antiga oração rosacruz: “Que os esplendores hostis e multicores, pela Luz branca – síntese pacífica das cores – sejam restituídos à homogeneidade daquelas trevas materiais e sagradas, das quais se irradia a Luz Original.”

Sendo o Caos o princípio de todas as coisas, e o inicio da criação do Universo ao qual conhecemos, ele se assemelha à Apep, a serpente primordial do Caos. Do Caos primordial ou Matéria Escura surge o "Fiat Lux"  ou olho dentro do Triângulo, o "Olho que tudo Vé", um símbolo da onisciência divina e cujo simbolismo provém do antigo Egito, onde o Olho do deus Hórus ou "Udyat" significava proteção e poder. Muito antes de Jesus dos cristãos; Hórus o Deus Sol do Egito recebeu o título de "Filho de Deus", a luz do mundo, o salvador da humanidade. Por volta de 3.000 a.C Hórus já era visto como uma espécie de messias solar. ele tinha um "inimigo" chamado Seth, que era a personificação das trevas ou da noite. Sendo Hórus representado pelo Sol todas as manhãs Hórus lutava e ganhava a batalha contra Seth, enquanto que no fim da tarde, Seth conquistava Hórus e o enviava para o mundo das Trevas (ou ventre Escuro da Deusa). Essa dualidade mitológica  "Trevas versus Luz" perdurou por toda a história do Egito antigo e nunca foi motivo de dicotomia moral do tipo "Bem versus Mal" como hoje é entendido pelas Religiões Abraâmicas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo).  Podemos dizer que o simbolismo de Lúcifer incorpora os dois conceitos de Luz e Trevas e mesmo os transcende em prol de uma Percepção Unificada . 

Assim é do ventre escuro da Mãe Negra (Apep, Tiamat, Hékate etc.) que surge Lúcifer – o que traz a luz. Por isso que na Cosmogênese de Blavatsky está escrito: “(…) O primeiro Arcanjo, que emergiu das profundezas do Caos, foi chamado Lux (Lúcifer), o Filho Luminoso da Manhã (…) A Igreja o transformou em (…) Satã, porque era mais antigo e de mais elevada categoria que Jehovah…”


 Os Portais Amentinos de Leviatã 


Para os cabalistas os demônios habitam o lado reverso da Árvore da Vida. Essa Árvore “negativa”, “sombria” que está atrás da Árvore exterior manifesta, denomina-se mundo dos Qliphoth – o lado caótico, desequilibrado do Universo. Acreditamos que a origem espiritual das “forças qliphóticas” associadas ao panteão daemônico como Lilith, Azazel, Shaitan, Asmodeus etc. retrocedem à gênese do Universo de onde surgem os deuses primordiais, nascidos do Abismo ou Caos Primal e do primeiro ponto (Kether). Eles são considerados por todas as cosmogonias como “terrivelmente divinos”, pois absorvem o Universo projetado por eles mesmos no final de um ciclo cósmico.  São conhecidos como Reis de Edon, Titãns, Assuras, Jotuns etc. conforme a terminologia.

A mitologia de todos os povos afirma que os deuses da Luz procedem dos deuses das Trevas. Também encontramos arquetípos ligados ao panteão daemônico (ou demoníaco) na mitologia da Mãe Terrível, que incorporava os aspectos do mundo inferior, do tártaro, do Caos da Noite do Tempo e que, originalmente, se manifestava sempre como escuridão e mistérios sombrios. Ela é a decrépita, velha ou avó, em resumo, é a primeira Mãe que os Tantras Hindus conhecem como Deusa Kali. 

Na antiga mitologia mesopotâmica a Mãe Negra Universal é Tiamat, o  Dragão Fêmea do Caos original. No Egito pré-dinástico ela é Ta-Urt, uma forma primitiva da deusa céu Nuit. Em sua forma de Nuit ela é a Mãe Cósmica, a Deusa que precede todas as outras formas de Deidade, e que ao anoitecer engolia o deus-sol Rá, a Luz da Manifestação, no oeste e o expelia de seu ventre escuro na manhã seguinte, a leste. Nela estão ocultos os esplendores radiantes de Rá que é o Sol nascente, o seu filho como Logos (ou Hórus) – o Verbo Criador e senhor dos Deuses Excelsos e de seus emissários os Anjos Planetários, os Sete Poderosos Espíritos ante o Trono. 

A deusa egípcia Nuit personifica o Vazio Negro Estelar, o Útero Primal ou Campo Unificado que deu origem as 11 dimensões celestes.  Ela é representada como uma mulher com jarro de água na cabeça, símbolo do que é maternal, fecundo e redentor, Entretanto, Ela também  é a “porca que devora seus porquinhos”, ou seja, absorve todos os corpos e néteres (deidades) em seu próprio ser. A Grande Deusa em sua face terrível é NOX – a escuridão da Noite Cósmica que, como símbolo do inconsciente, absorve em seu útero escuro a luz (LUX) da manifestação universal ou a consciência-ego do iniciado. Aliás, mesmo no Universo, a matéria negra é cinco vezes mais abundante que a matéria estelar comum.

 O Logos Cresthos-Lúcifer  

Esse particular Ser Angélico conhecido como Logos, cujo veículo físico é o Sol, está entronizado no centro de nosso universo local. “Ali por todo o Manvântara, Ele está voluntariamente auto-sacrificado, não em agonia e morte e derramando suor e sangue, mas em êxtase criativo e vertendo perpetuamente força e vida” (Geoffrey Hodson). No esoterismo dos Mistérios Angélicos a crucificação do Cristo Cósmico (não confundir com o Cristo Jesus histórico) representa o Logos Solar descendo a matéria regida pelos quatro elementos.

A encarnação de um Logos Solar, ou do Cristo Cósmico, é tida como o mais alto sacrifício. Ele era conhecida como Chrestus-Lúcifer entre algumas seitas de gnósticos que conheciam a verdadeira relação de Cristo com o Sol. Os Logoi Solares, seres cujos envoltórios são sóis, foram representados em todas as religiões antigas como uma força crística redentora (avatares) da humanidade.


Aliás (para quem não sabe) a palavra grega Chrestos existia muito antes de se ouvir falar em Cristandade. Foi usada desde o século quinto A.C por Heródoto, Esquilo e outros. Nos dias de Homero o nome Chrêstos era usado como título durante a celebração dos Mistérios. Christos ou Chrestos era um título que os antigos pagãos davam aos verdadeiros Adeptos e Iniciados nos Mistérios. Os grandes Magos que atingiram a autoconsciência logóica após muito trabalho e provas, e eram considerados como "heróis" como muitos deuses e semideuses da mitologia universal. Os iniciados podiam também serem chamados de Ophis-Christos, a "Serpente Ungida", ou seja: o Dragão-Serpente do Conhecimento (gnosis).


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Feng Shui do Lotus Negro

O Feng Shui do Lotus Negro trabalha com a limpeza e purificação de  moradias e/ou escritórios com vistas a dissolver as formas pensamento negativas (larvas astrais, miasmas etc) que criam desarmonia ou causam perturbações. Também encaminhamos fantasmas para o plano superior com ajuda dos Seres de Luz. 

Por causa de um conhecimento inadequado  em relação à morte, ou por medo de morrer, algumas almas resistem ao processo de partir desse plano, e tornam-se espíritos presos à Terra, perambulando entre esse mundo e o outro. Se ficarem presos às vizinhanças de onde habitavam, enquanto vivos, viram "assombrações", em casos como estes, pode tornar-se essencial  a um ocultista experiente realizar um exorcismo.  Sabemos que as pessoas que vivem em um ambiente que esteja sob influência de energias negativas, ou entidades obsediantes, podem sofrer com desentendimentos, acidentes domésticos, agressões invisíveis, períodos constantes de azar ou má sorte, doenças prolongadas etc. em casos mais graves até mesmo mudanças de comportamento são observadas, alertando sobre uma possível possessão. 







Os romanos diziam: “Levamos nosso Lares e conosco”, Lares e Penates sendo ancestrais e espíritos da casa. Se os espíritos (sejam humanos ou não-humanos) de uma habitação estão satisfeitos, se tornam protetores e benfeitores dos habitantes humanos. Ao contrário, se estão insatisfeitos podem encontrar inúmeros meios de expressar sua falta de conforto. Isso pode incluir influenciar o clima astral do ambiente, produzindo problemas de saúde triviais e mais sérios, afetando o senso de bem estar e a sorte dos residentes. 



Influências Invisíveis


Os predecessores representam uma importante influência invisível em um local que escolhemos como nossa casa, escritório ou empresa. Se porventura houve acontecimentos desagradáveis como divórcios, degradações, ações judiciais, injúrias, doenças prolongadas ou mortes isso pode indicar que os próximos ocupantes/residentes do local correm o risco de se defrontar com eventos desagradáveis.

No Feng-Shui do Lótus Negro  utilizamos o símbolo taoísta do Pa Kua para mapear todo o espaço e com auxílio de aparelhos radiestésicos identificamos epicentros energéticos de origem negativa. Após isso lançamos mão das técnicas de Geomancia Astrológica para buscar maiores informações sobre o tipo de energia, ou entidade espiritual, que possa estar causando o desequilíbrio no ambiente.  Pode ser uma cascarão ou Kama Rupa (cadáver de corpo astral), kiumbas ou encostos (entidades espirituais obsessoras), correntes telúricas subterrâneas etc. 

O Kama-Rupa (em sânscrito: kama, desejo; rupa,corpo)  é a contra-parte astral das pessoas que realizaram a passagem, ou seja já faleceram, mas que por inúmeros ainda permanecem presas aos seus antigos ambientes. Após a morte física a alma de um homem abandona seu corpo astral e realiza sua passagem ao nível mental. Entretanto o corpo astral não se desintegra prontamente, ele permanece gravitando nas proximidades de seu corpo morto até que as últimas partículas do mental se dissolvam por completo. Nos casos normais após a alma abandonar o corpo astral este dissolve-se nos elementos da natureza que o criou. Infelizmente pode acontecer, às vezes, que uma alma, está tão vinculada e apegada aos assuntos da vida terrestre que se recusa a desvencilhar-se de seu corpo astral e se ocupa da vida terrena, que deveria ter abandonado. Ela então se transforma em um Kama-Rupa, o pálido duplo do homem.

Kamas Rupas são  normalmente, difíceis de serem tratados com técnicas conhecidas de Feng Shui. A grande maioria dos livros  e cursos de Feng Shui oferecidos atualmente no mercado ensina apenas de métodos de Limpeza e Harmonização do Espaço, entretanto isso não funciona com Kama Rupas, Fantasmas e mesmo Elementais telúricos que insistem em tomar  um ambiente como seu refúgio ou morada permanente.  Uma casa, escritório, ou empresa que vive assombrado com um Kama Rupa pode de fato atrair inúmeros infortúnios aos seus habitantes humanos. Para exorcizar este tipo de entidade astral o ocultista deve ter um conhecimento especializado de exorcismos e demonologia.





Kama-Rupas

Kama-Rupas são resíduos de personalidades extintas. São energias Elementares que irão, inclusive, desintegrar-se, o telurismo os dissolverá como um ácido. Na grande maioria das sessões de "espiritismo" são esses restos vitais do defunto que se apresentam ao médium. 

Não podemos confundir Kamas Rupas, que são seres Elementares, com  os Elementais da Natureza. Os Elementais originam-se dos Elementos da Natureza (energias superiores da Criação) que são os da Terra, os gnomos; os da Água, as ondinas; os do Ar, os silfos; e os do Fogo, as salamandras.  Por sua vez um Kama-Rupa é uma sombra errante, um cadáver do corpo astral, desvinculada de seus princípios espirituais e mentais que deve, inclusive, desintegrar-se nos elementos da Natureza em seu devido tempo - é isso que denominamos "segunda morte".



Após a morte física o corpo astral decompõe-se em duas partes distintas: uma inferior desprendida de todo princípio espiritual (Ba) errante e em estado de decomposição latente e outra superior (Ka) que unido aquilo que Pitágoras chamava "o carro da alma" (Sahu) e que envolvia o espírito livre de suas amarras terrestres em sua evolução aos planos celestiais. Entretanto o Kama Rupa permanece na Terra em estado de desintegração. Para os antigos egípcios Kama Rupa é a Sombra. É uma entidade geocêntrica e afim com a alma do globo terrestre que no fim da vida física a absorverá depois o homem falecer e que a nutre com o fluido telúrico durante a sua vida terrestre. 


Na visão post-mortem da antiga religião egípcia o Eu psíquico ou Entidade pessoal de um ser humano (Akh) após a morte é absorvido pelo corpo espiritual ou Sahu. Ele sobrevive então numa esfera própria que denominavam Amenti localizada no astral superior onde as almas eram julgadas pelo Deus Osíris. Caso o morto se saia bem no Julgamento de Osíris a Deusa Maat, que simbolizava a justiça e a verdade, liberava a alma do falecido e então o Sahu sobe aos céus para viver com os deuses entre as estrelas.  Em outras religiões o espírito do falecido viaja para seus céus ou infernos particulares, conforme suas orientações religiosas, como já dizia Jesus: Na casa de meu Pai há muitas moradas.." 

Entretanto, se o falecido for pouco evoluído e apegado as paixões terrestres o eu psíquico permanece identificado a sua Sombra ou Kama-Rupa que é uma ilusão sedutora e perigosa. Esses são os casos em que as almas desencarnadas são de uma ordem baixa muito apegada à matéria. Também pode ser que o indivíduo tenha sofrido uma morte repentina/prematura e sua alma fique “presa à terra” recusando-se a libertar-se de seu Kama-Rupa.

Seja qual for o motivo quando uma alma desencarnada se desprende mal de seus elementos astro-psíquicos ela é arrastada aos infernos (rios subterrâneos do telurismo, a zona mais baixa do mundo astral) e aí fica sofrendo durante todo o tempo em que sua sombra/cascão astral se decompõe. A zona do baixo astral é o Hades alegórico, – o Gehenna da Bíblia. Esse local é comparável a um fundo submarino escuro. O estado de consciência que dele se desprende constitui, segundo os iniciados, ora a melancolia ora a angústia. Com efeito, o baixo astral serve de vazão ao astral; as paixões e os sentimentos dos mortos continuam a flutuar nele e se movimentam com melancolia; e as baixas paixões dos vivos assumem aí formas perfeitas de demônios malignos.

Uma ardente aspiração para se libertar dos seus males e um desejo bastante pronunciado hão de levá-la uma vez mais à atmosfera da terra. Aí ela vagueará e sofrerá mais ou menos numa solidão dolorosa. Os seus instintos hão de fazê-la procurar com avidez o estabelecimento de contato com pessoas vivas. É comum ainda aproximar-se de alguém para vampirizar um pouco de energia e permanecer estável por tempo indefinido. Essas entidades Kama-Rupas são invisíveis, mas muito tangíveis “vampiros magnéticos”. Também as pessoas vivas sejam dementes, alcoólatras, drogados ou criminosos podem se enclausurar psiquicamente no baixo astral, tornando-se seus médiuns.

Um Kama Rupa ou sombra errante de uma pessoa falecida pode, inclusive, ser capturado por um mago negro e ser programado para cumprir seus intentos egoístas. Exatamente por ser uma espécie de "casca vazia", com uma espécie de memória residual, o Kama Rupa pode ser parcialmente avivado e servir de hospedeiro para um Elemental evocada pelo mago negro.

É nesse ponto que as coisas costumam se complicar bastante pois uma Kama Rupa avivado por um Elemental pode se tornar muito mais poderoso e inteligente e ter o poder de manifestar efeitos poltergeist de todo tipo. 

Existe outro tipo de entidade/energia negativa conhecida como Assombrações Residuais" que são os sentimentos, pensamentos e a energia impregnada das pessoas que ficaram muito tempo num imóvel ou cômodo. Também podem ser recordações de acontecimentos traumáticos que ficaram registradas nas paredes, objetos, móveis dos ambientes e ficam reverberando na memória akáshica local.. Essas emoções ou energias negativas de raiva, ódio, ciúme, medo, apegos etc foram geradas por moradores, recentes ou antigos, e ficam gravadas em certos locais na residência. Uma assombração residual é como um disco velho de vitrola: repete sempre a mesma canção (vibrações) influenciando os novos residentes a terem os mesmos pensamentos e emoções.

Em alguns casos além de um ritual de purificação de ambientes é também necessário realizar  uma Cerimônia de Apaziguação de Espíritos.

Um Cerimonial de "Apaziguação de Espíritos” é um ritual mágico-religioso que envolve a compaixão por todos os seres sencientes. 


Cerimonial para Apaziguação de Espíritos


Para ajudar os espíritos errantes/perdidos a realizarem a passagem para a luz a Ordem do Lotus Negro realiza um cerimonial que tem a mesma função da Missa de Réquiem (Missa para os Mortos) da Igreja Católica, denominado Cerimonial para Apaziguação de Espíritos.  

Neste cerimonial utilizamos diversas técnicas inspiradas no Budismo, no Shintoísmo, no Xamanismo e na Kabalah são elas:

Purificação: É a purificação da casa, lugar de trabalho ou ambiente onde vai ocorrer o cerimonial. Também realizamos a limpeza energética das pessoas envolvidas no trabalho (familiares, ajudantes etc). Nós utilizamos Sal, Água Benta, Incenso e Fogo (ervas para defumar) nos ritos de limpeza além de gestos místicos (mudras) e palavras de poder (mantras). 

• Preces: Normalmente começam com expressão de louvor e gratidão aos seres da purificação (vajrassatvas) guardiões e divindades tutelares da Ordem do Lótus Negro que irão ajudar na cerimônia.

• Oferendas: Em geral são realizadas em nome das pessoas que residem no imóvel. No altar oferecemos flores, comida e bebida e outros itens naturais (incenso etc.), aos ancestrais, elementais negativos e aos fantasmas famintos* que estejam presentes na cerimônia.  O objetivo é demonstrar gratidão aos ancestrais e as pessoas falecidas da família, além de aplacar entidades potencialmente perigosas que podem atacar as pessoas que vivem ou trabalham no imóvel. 

• Refeição Sagrada: que é o final do rito. Aqui todos participam, encarnados e desencarnados, shedins (elementais) e deuses. Nós abençoamos o Espírito Guardião da Casa/Imóvel e demais presenças invisíveis superiores que prestaram assistência a cerimônia. Alimentar espíritos famintos (segaki) é algo tido como auspicioso (benéfico, meritoso) em muitas culturas e religiões espalhadas pelo mundo, em especial o budismo e o taoísmo, e tem como objetivo cuidar  dos espíritos dos ancestrais e de pessoas falecidas da família.  





Foto:  Ritual com o Quadrado Mágico de Kubera assentado em uma residência. Lorde Kubera é uma divindade hindu considerada como o tesoureiro das riquezas do mundo, é adorado junto com Sri Lakshmi, a deusa da prosperidade. O objetivo deste ritual é trazer prosperidade e abertura de caminhos para uma família ou empresa. 

Obs: Gênio (Genius)  é o espírito protetor semelhante aos anjos da guarda da Igreja Católica. A crença em tais espíritos, ou genii, parecia ser comum na Grécia e em Roma desde tempos imemoriais. Os Romanos podem ter recebido sua teoria sobre os genii dos Etruscos ainda que a palavra genius, singular de genii, tenha origem no latim geno significando ‘nascido’ ou com relação ao sentido de que o nascimento e a vida deviam-se aos dii genitales, força que produz e sustenta a vida. Possui relação com genitus, cujo significado é similar a ‘genitor’ ou ‘pai’. Todo ser vivo, assim como cada lugar, tinha o seu genius. O genius de um lugar – genius loci, genius significando ‘espírito', e loci, também do latim, como singular de locus, ‘lugar’.